Pr. Adelcio Ferreira
Divorcio e novo casamento
Atualizado: 21 de dez. de 2022

Divórcio e novo casamento! A Bíblia permite isso?
Isso cada pessoa que decide fazer esta opção após um divórcio deve se perguntar, ou perguntar ao oficiante deste segundo casamento. Onde há na Bíblia uma ordem / mandamento ou permissão que divulgue com clareza tal atitude. Agora se for na hipótese de simplesmente ser FELIZ e não cumprir o que está escrito, poderá até se casar novamente. Vamos ao texto:
1 - O casamento instituído por Deus.
“Disse mais o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora que lhe seja idônea… Então o Senhor Deus fez cair um sono pesado sobre o homem, e este adormeceu; tomou-lhe, então, uma das costelas, e fechou a carne em seu lugar; e da costela que o Senhor Deus lhe tomara, formou a mulher e a trouxe ao homem. Então disse o homem: Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; ela será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada. Portanto deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á à sua mulher, e serão uma só carne (Gn.2:18-24) ¨.
Vemos aqui a ideia e princípio ser de Deus para que o homem não ficasse só. Deus faz o primeiro casamento da história entre dois seres humanos, e afirma que ambos se tornaram uma só carne. Pois a mulher saiu do homem, e volta a ser uma só com ele (Homem). Muita gente hoje em dia (crentes) não se importa, ou melhor dizendo tornaram insignificante aquilo que Deus fez para ser normativo entre os seres humanos criados a sua imagem e semelhança.
Uma coisa é o pecado do indivíduo ignorante, daquele que não conhece o evangelho de Cristo, outra é pecar conscientemente e viver nesse pecado; Mas Deus, não levando em conta os tempos da ignorância… Porque se voluntariamente continuarmos no pecado, depois de termos recebido o pleno conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados…” (At 17.30; Hb 10,26).
Em poucas palavras sabemos e entendemos que o casamento não foi feio para ser dissolvido pelo divórcio.
Quem está casado permaneça casado, ou pelo menos se esforce para continuar casado. A questão do divórcio e muito facilitada entre os ímpios, porém não deve ser entre os cristãos.
O que é tornar uma só carne? Alguns não entendem o que é ser uma só carne. Alguns acham que se tornar uma só carne é assinar um documento no cartório ou receber a benção do pastor na igreja, mas não é isso que a bíblia ensina como os dois Marido e Mulher se tornar uma só carne. A luz dos textos bíblicos a questão de se tornar uma só carne, vem antes do casamento formal, na igreja ou debaixo da benção do Sacerdote. Estas são as últimas cerimonias realizadas. São cerimoniais que fazem parte de um matrimonio. De um casamento Monogâmico.
Veja o que a bíblia diz ser uma só carne: Ou não sabeis que o que se une à meretriz, faz-se um corpo com ela? Quando acontece o coito ou ato sexual, o casal torna-se uma só carne e estão, aos olhos de Deus, casados. O Apóstolo Paulo explicou justamente isso aos coríntios, condenando os que praticavam a prostituição, ou a relação sexual ilícita. Assim fazendo ele deixa claro que os casados já eram uma só carne com as suas esposas e os solteiros deveriam guardar-se para as suas futuras esposas, pois ao saírem com prostitutas tornavam-se uma só carne com elas e contaminavam as suas vidas diante de Deus e de sua nova regra de fé e pratica. A palavra de Deus. Viver para/com Cristo implicava aos coríntios a nova relação de vida baseada não mais em suas práticas costumeiras, mas naquilo que Deus havia dado e tem nos dados como ensinamento. Cabe aqui fazer uma observação: (Em Corinto havia templos de prostituição e sair com uma prostituta cultual desses templos era considerado ato sagrado e, por isso Paulo esclareceu o assunto ICor.6:16).
Então sobre casamento, ou quando o assunto é este, podemos dizer que foi instituído por Deus, e Sua é a Palavra final. Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne (Gênesis 2:24). Jesus no novo testamento reafirma esta declaração de gênesis 2.24. O que Deus ajuntou não o separe o homem refere-se ao casamento e ao divórcio. É ensinamento de Jesus sobre o casamento e divórcio em Marcos 10:1–12 e Mateus 19:1–12. Em uma ocasião, os fariseus perguntaram a Jesus se era legítimo que um homem se divorciasse de sua esposa por qualquer motivo. Jesus, em essência, responde que não: Ele diz: Não tendes lido que o Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher e que disse: Por esta causa deixará o homem pai e mãe e se unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne? De modo que já não são mais dois, porém uma só carne. Portanto, (o que Deus ajuntou não o separe o homem Mateus 19:4–6; cf. Gênesis 2:24). Acredito que estes poucos pontos citados na bíblia já nos ensinam que casamento e para sempre quando visto no ponto de vista bíblico e cristão. Não há qualquer possibilidade de dissolver este ato, ou cerimonial, ou como dissemos: No casamento se tornam uma só carne diante de Deus, e não há como separar o homem o que Deus ratificou como sendo uma só carne.
A lição de Jesus é que um casal é algo que “Deus uniu”. O casamento não é de origem humana - originou-se com Deus e faz parte da maneira que Deus projetou que a raça humana vivesse. Ao dizer “não separe o homem” um casamento, Jesus ensinou que o divórcio não faz parte do plano de Deus. Uma vez que um casal é casado, foram unidos pelo próprio Deus, e a união é para toda a vida.
2 - O casamento dentro do costume e Lei para israel.
Ao contrário de outras religiões como, por exemplo, Judaísmo não considera o ato da separação proibido. Ao contrário, há clara previsão sobre isso na Torá: “Quando um homem tomar uma mulher e se casar com ela, então será que, se não achar graça em seus olhos, por nela encontrar coisa indecente, far-lhe-á uma carta de repúdio, e lha dará na sua mão, e a despedirá da sua casa. ” (Debarim/Deuteronômio 24:1)
A Torá aqui institui a prática da carta de repúdio, que era um documento de dissolução do casamento, análogo ao que seria, em nossa sociedade, dar entrada num pedido de separação e divórcio na justiça. Ora, se a Torá permite, e faz provisão a respeito, então não é pecado divorciar-se. Muito menos, casar-se novamente, pois o objetivo da carta de repúdio era justamente deixar a mulher livre para um novo relacionamento. Mas se o divórcio é lícito, então, como conciliar isso com a revelação do Éden?
A resposta é simples: O ato de se separar, para os Judeus em si, não só não é pecado, e sim a destruição do relacionamento. Até porque ela não envolve apenas o casal, mas frequentemente também os filhos. Na realidade, dependendo do ambiente, o ato da separação pode ser até mesmo a solução dos problemas. Pelo menos é assim que muitos hoje acham. Como, por exemplo, no caso de uma das partes ser agredida, sofrer maus tratos, ou ser repetidamente traída, etc. Agora, se há um divórcio, então é praticamente certo que houve pecado. Nenhum relacionamento pode ser tão facilmente destruído sem que pelo menos uma das partes tenha cometido transgressões para com a outra. Em outras palavras, o pecado está no processo com o qual o relacionamento foi conduzido, e não no ato derradeiro de pôr fim à relação. Também sabemos que a Torá ensina em certo ponto, que um casal divorciado que veio a constituir família com outra pessoa não deve, depois, voltar a ficar junto, pois o Eterno considera tal ato abominável. E isso a Torá diz para justamente evitar que as pessoas brinquem com a vida umas das outras. (Fonte: https://judeu.org/2016/07/08/divorciar-se-e-pecado-pode-um-divorciado-se-casar-novamente/).Alguns grifos meu
Bom, diante deste pensamento de fontes judaicas, podemos voltar ao texto onde Jesus foi questionado acerca do divórcio. Então chegaram ao pé dele os fariseus, tentando-o, e dizendo-lhe: É lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer motivo? Mateus 19:3. Quando olhamos para este texto logo percebemos que a intenção dos Fariseus não era aprender, pois já tinham uma conclusiva ideia acerca do assunto. Vieram para tentar Jesus. Diante disso lhes respondeu Jesus, Veja: Ele, porém, respondendo, disse-lhes: Não tendes lido que aquele que os fez no princípio macho e fêmea os fez, E disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e serão dois numa só carne? Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem. (Mateus 19:4-6).
Uma nova pergunta é feita, pois a intenção era fazer com que Jesus caísse em contradição. A pergunta deles agora é: Disseram-lhe eles: Então, por que mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio, e repudiá-la? (Mateus 19:7). Aqui fica claro neste texto que Moisés e não o Senhor Deus permitiu o divórcio ou dar carta de divórcio. Dentro da ideia do antigo testamento construiu-se teorias ou teologias diferenciadas dentro de duas escolas rabínicas.
Está escrito em Deuteronômio 24: 1 Quando um homem tomar uma mulher e se casar com ela, se ela não achar graça aos seus olhos, por haver ele encontrado nela coisa vergonhosa, far-lhe-á uma carta de divórcio (Gét) e lha dará na mão, e a despedirá de sua casa. Há informações sobre um famoso debate desta frase entre a escola rabínica farisaica de Hilel e a escola de rabínica farisaica de Shamai existente nos dias de Cristo.
O Rabino Hilel decidiu que o “ervat davar, traduzido por (qualquer coisa) era literalmente qualquer coisa. Ou seja, se ele não gostasse do jeito que ela cozinhava ou se ela tinha envelhecido ou por qualquer motivo, este homem poderia mandar essa ou essas embora.
Já a escola de Shamai, no entanto, restringia a “ervat davar” – ‘qualquer coisa’ em questões de infidelidade para motivos para um divórcio válido ou alguma falta grave. Shamai alegava que o divórcio só se fosse comprovado adultério / relações sexuais ilícitas. Nos parece que Jesus a dizer acerca desta tomada de posição adere a o que a escola de Shamai ensinava. Vejamos o texto bíblico: Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de fornicação, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério. (Mateus 19:9). Aqui fica claro a continuidade do ensino de cristo, que não foi assim desde o princípio, porém Moises permite por causa da dureza de corações que não se rende ao arrependimento e perdão.
Porém Jesus afirmando: Eu vos digo, porém... Jesus enfatiza que eles poderiam divorciar de sua esposa somente por motivos de “πορνείa” pornéia’, termo grego que indica prostituição, traição e é raiz de pornografia, exposição de atos indecorosos.
A Bíblia e o próprio Senhor Jesus está afirmando que é ACEITÁVEL o divórcio em caso de infidelidade conjugal, dentro de uma cultura e contexto judaico-cristã. Pois a pergunta surge neste contexto, em uma sociedade onde era comum a poligamia e divorcio por qualquer situação corriqueira do dia a dia. Porém, NUNCA existiu, nem existira o ensino de um novo casamento, por parte de Jesus, nem por parte das escrituras, sob quaisquer hipóteses, nem mesmo para o traído (considerado inocente). Ninguém deve se sentir obrigado a viver com um infiel, com uma pessoa que lhe traz maus tratos, e situações de risco de vida, mas isso não autoriza divórcio, com um novo casamento. Portanto esta questão não ficou favorável aos ouvintes de jesus que lhe disseram: Disseram-lhe seus discípulos: Se assim é a condição do homem relativamente à mulher, não convém casar. (Mateus 19:10).
Embora para Deus a aliança do casamento tenha natureza indissolúvel (“tornando-se os dois uma só carne”), Jesus reconheceu que existem atos tão sérios que chegam a quebrar a aliança. É importante, porém, tratar este assunto com muita responsabilidade e temor de Deus. Em toda a Bíblia, seja em relação ao divórcio no sentido literal (Homem/Mulher), seja em relação ao sentido figurado de quebrar nossa aliança com Deus, esse assunto é tratado com a mais séria gravidade. Deus odeia toda e qualquer violação de aliança (Ml 2.16).
3 - Uma vez divorciado posso me casar novamente.
Entraremos num assunto pouco ou quase nada considerado entre os cristãos da nova aliança. Baseado em uma vida de prazer proporcionada por igrejas do século 21 estão casando e divorciando-se como quem troca de roupas. Troca de cônjuges como quem troca de seu vestuário. Temos visto pastores / e demais crentes em seu quinto / sexto casamento.
Ficou bem claro que Jesus permitiu dar carta de divórcio ao cônjuge, no sentido restrito a traição por parte de uns dos cônjuges. Porém não há na escritura a permissão dada para um novo casamento. Pelo contrário temos a restrição para esta tomada de posição por parte de um Cristão. Em sua primeira carta aos coríntios Paulo escreve: Todavia, aos casados mando, não eu, mas o Senhor, que a mulher não se aparte do marido.
Se, porém, se apartar, que fique sem casar, ou que se reconcilie com o marido; e que o marido não deixe a mulher. 1 Coríntios 7:10-11. O Senhor disse claramente “que não se separem”. Mas se a separação de qualquer forma ocorrer, seja por desobediência ao Senhor, ou porque a convivência se tornou insustentável, ou porque o cônjuge incrédulo decide se separar /divorciar; as alternativas são duas: “fique sem casar ou se reconcilie com seu marido”.
A separação é um primeiro erro (que às vezes não se pode evitar). O novo casamento seria um segundo erro, muito mais grave do que o primeiro, que seria, segundo as palavras de Jesus, cometer adultério. Assim, Paulo enfatiza: "Ordeno não eu, mas o Senhor". O senhor no caso aqui dito por Paulo é a regras que Jesus enfatiza diante ou para o divórcio descritas em Mateus 19.
Em nenhum lugar nesse capítulo 7 da sua carta aos coríntios se diz que o crente abandonado por seu cônjuge infiel pode voltar a casar-se. O único caso que Paulo explicitamente diz que a mulher está livre para contrair novo matrimônio é se ela ficar viúva: “A mulher está ligada enquanto o marido vive; mas se falecer o marido, fica livre para casar com quem quiser, contanto que seja no Senhor”. Veja bem a finalização, depois de viúva/viúvo poderá se casar com um/uma crente em Cristo Jesus.
Sei que neste ponto a pouquíssimos pastores e líderes que concordam com o argumento Bíblico. Porém, se servimos a Cristo segundo nossos moldes e ideais e não segundo a Palavra de Deus, somos qualquer outra coisa, menos cristãos.
E muito comum quem ensinou isso a décadas atrás hoje estar de comum acordo com o segundo casamento por cristão. Pelo menos onde vemos a teologia cristã, não concordava com segundo casamento até o século 16. A igreja peca neste grave erro, quando permite não só o segundo casamento por um crente, como também peca ordenando ministros que estão em seu segundo / terceiro ou mais matrimônios.
Podermos ver também esta proibição utilizada numa figura de linguagem pelo apóstolo Paulo ao falar sobre a lei, diante dos crentes em Roma. Em Rm7:2-3, Paulo está falando de outro assunto, mas faz referência ao mesmo princípio: “Porque a mulher casada está ligada pela lei a seu marido enquanto ele viver; mas, se ele morrer, ela está livre da lei do marido. De sorte que, enquanto viver o marido, será chamado adúltera, se for de outro homem; mas, se ele morrer, ela está livre da lei, e assim não será adúltera se for de outro marido”. http://www.odiscipulo.com/site/index.php/a-familia/
Paulo diz aqui exatamente o mesmo que Jesus (e não poderia ser de outro jeito). A mulher casada que, estando seu marido ainda vivo, se casar com outro homem, será chamada “adultera”. Tanto para Jesus quanto para Paulo a segunda união é um adultério. Por isso meus amados irmãos/irmãs, esta é e sempre será minha posição acerca desta união entre um homem e uma mulher, o casamento. Em nossa igreja temos pessoas divorciadas, temos pessoas que pretenderão e/ ou pretenderam se divorciar e agora estão novamente vivendo bem o casamento.
Não posso negar isso, pois é evidente nas igrejas esta posição existir. Agora como pastor, eu chagar a fazer o novo casamento de um crente é impossível diante desta minha compreensão bíblica sobre tal assunto. Quem assim almeja pode encontra facilmente alguém que o faça. Porém eu pergunto: Isso é bíblico, existe algum amparo de um único versículo na bíblia onde diz ser lícito um segundo casamento?
Isso cada pessoa que decide fazer esta opção após um divórcio deve se perguntar, ou perguntar ao oficiante deste segundo casamento. Onde há na Bíblia uma ordem / mandamento ou permissão que divulgue com clareza tal atitude. Agora se for na hipótese de simplesmente ser FELIZ e não cumprir o que está escrito, poderá até se casar novamente.
Portanto guardai-vos em vosso espírito, e ninguém seja infiel para com a mulher da sua mocidade. Porque o Senhor, o Deus de Israel diz que odeia o repúdio, e aquele que encobre a violência com a sua roupa, diz o Senhor dos Exércitos; portanto guardai-vos em vosso espírito, e não sejais desleais. (Malaquias 2:15-16)
Deus odeia o que se separa de sua esposa, porque falta em seu compromisso, ao pacto que fez ao casar-se com ela. Deus odeia todo tipo de divórcio, e tolera unicamente a exceção estabelecida por Ele.
Este é um assunto exaustivo, vou fazer um próximo texto sobre a ordenação de ministros que deixaram sua aliança de casamento. Deus abençoe
Pr. Adélcio Ferreira – IBP – MG
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