Pr. Adelcio Ferreira
Simão o mágico. O falso crente dentro das igrejas

No capítulo 8 do livro dos Atos, temos um relato muito interessante de um homem normalmente chamado de Simão Mago ou Simão o mágico. Ele nos é apresentado por Lucas, o médico amado, o autor inspirado pelo Espirito Santo do livro Atos dos Apóstolos. A partir do verso 5, do capitulo 8 de atos dos apóstolos, lemos o seguinte:
E, descendo Filipe à cidade de Samaria lhes pregava a Cristo. E as multidões unanimemente prestavam atenção ao que Filipe dizia, porque ouviam e viam os sinais que ele fazia; pois que os espíritos imundos saíam de muitos que os tinham, clamando em alta voz; e muitos paralíticos e coxos eram curados. E havia grande alegria naquela cidade.
E estava ali um certo homem, chamado Simão, que anteriormente exercera naquela cidade a arte mágica, e tinha iludido o povo de Samaria, dizendo que era uma grande personagem; ao qual todos atendiam, desde o menor até ao maior, dizendo: Este é a grande virtude de Deus. E atendiam-no, porque já desde muito tempo os havia iludido com artes mágicas. Mas, como cressem em Filipe, que lhes pregava acerca do reino de Deus, e do nome de Jesus Cristo, se batizavam, tanto homens como mulheres. E creu até o próprio Simão; e, sendo batizado, ficou de contínuo com Filipe; e, vendo os sinais e as grandes maravilhas que se faziam, estava atônito."
Simão, segundo Lucas exercera anteriormente a arte mágica e sabemos, a partir dessa descrição, podemos supor que ele tinha conexão com os magos babilônios.
Os magos eram uma seita secreta de homens sábios que encontramos na Babilônia ao tempo do profeta Daniel e também eram membros do grupo que visitou o menino Jesus, seguindo a estrela de Belém (Mateus2.1). Eles eram conhecidos como seguidores de uma seita esotérica os quais segundo historiadores praticavam a astrologia, a adivinhação e outras práticas ocultistas numerosas naquela época, e eram, portanto, ocultistas, magos ou mágicos.
Bom nosso alvo aqui não é desvendar as raízes de Simão o mágico, mas, deter-se na palavra que Lucas escreve como sendo esse Simão, um falso crente. Alguém que chega ao reino de Deus não pelo viés do arrependimento, mais sim pelo interesse.
Muitos desde essa época em que se inicia a igreja do Senhor são assim incorporados ao cristianismo, pois o homem por mais cheio do Espirito Santo ele, não pode saber a real intenção do coração humano. Nem em nenhuma hipótese pode desvendar coisas que o ser humano esconde no seu mais profundo ser.
Simão é o protótipo de pessoas que vem para o cristianismo ou para a igreja com segundas intenções. Não estão dispostos a mudança de vida, MAIS SIM A OBTER SEUS DESEJOS EGOÍSTAS. Como Simão o mágico não são poucos os que se achegam a Deus procurando restauração do casamento, com promessas de restauração financeiras, restauração de namoros, enfim, sem arrependimento trazem uma moeda de troca: Se Deus fizer isso, farei aquilo. Ou se eu fizer aquilo, Deus terá que fazer isso. São em grande parte aqueles que aceitam Jesus, mais Jesus não os aceita. O chamado de Deus ao homem é para o arrependimento: Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor. (Atos 3:19). Qualquer processo de conversão sem arrependimento poderá ser qualquer outra forma religiosa que se identifica com alguma divindade, menos com o Deus do cristianismo.
Não é apenas uma mudança de mente, mais sim também de coração. A ideia de que é só mudar a mente, e aceitar Jesus acompanha as conversões falsas a tempos. Ha milhares de pessoas como Simão. Decepcionadas com evangelho, por que um dia encontraram homens de Deus, que lhe disseram que não são convertidos, mais sim convencidos. Uma grande soma desses se encontram desigrejados, como o próprio Simão ficou depois de ter recebido uma Palavra acerca de sua falsa conversão. Alguns podem dizer, com base no verso 13, em que lemos que Simão creu: (As Escrituras não dizem, em Marcos 16:16, que quem crer e for batizado será salvo? Se Simão creu e foi batizado, como dizemos que ele não era salvo)?
Bem, para os principiantes no evangelho, precisamos deixar claro que a crença precisa ter um objeto e, no caso dos cristãos genuinamente nascidos de novo, esse objeto é Jesus Cristo, e nada mais importa. O viver é Cristo (Fl1.21). Simão creu, mas o objeto da sua fé não foi Jesus Cristo, conforme ficou evidenciado pela severa repreensão de Pedro. O objeto de sua fé aparentemente foi os milagres que Filipe realizava, como indicado no verso 13 e esse tipo de crença não salva uma alma. E creu até o próprio Simão; e, sendo batizado, ficou de contínuo com Filipe; e, vendo os sinais e as grandes maravilhas que se faziam, estava atônito. (Atos 8:13).
Sabemos que hoje existem muitos como Simão o mágico, que conheceram o evangelho pelo viés do interesse e não por meio de arrependimento genuíno. Muitos ainda vivem como se fossem do mundo, porém dizendo ser crentes. Essa seria uma das linhas de conversão idêntica à de Simão o mágico. A fé não é proveniente de arrependimento, mas uma fé interesseira.
O texto de Atos vai narrar acerca de Simão, ser um homem muito influente em Samaria. Ele praticava a arte mágica e, por meio de suas técnicas, iludia o povo daquela cidade que pensava que suas práticas estavam ligadas ao poder ou uma manifestação de Deus. Inclusive o próprio apelido de Simão tinha certa ligação ao suposto poder sobrenatural que ele tinha. Todos o chamavam de o Grande Poder, tamanha era a sua influência naquele lugar.
Ele era uma espécie de guru espiritual que se utilizava do engano para iludir as pessoas, como vemos claramente hoje em dia pela TV e redes sociais. As conversões de hoje estão mais interessadas em alguém que revele seu CPF, do que no Espirito Santo revelar seu coração maligno e lhe chamar ao arrependimento. Assim ele fazia os feitos enganosos e iludia a todos os que procuravam um “deus” para resolver seus problemas externos e não para servi-lo.
Essa tática diabólica de ilusão continua nos dias atuais. Muitos pensam ter se convertido, porém só estão mudando o campo da aplicação da mente religiosa. A verdadeira conversão muda o homem interior, regenerando o ser humano para viver uma vida para Deus. A religião muda a capa externa, porém o viver ainda vivem para si mesmos, não conseguem obedecer a Palavra de Deus, pois o coração está em laço de iniquidade e fel de amargura. (Atos 8.21-23).
Pois bem, não há muito o que se falar, o texto fala por si só, alguns só tomam um banho e se ligam a alguma denominação que satisfaz seus anseios carnais. Outros se batizam verdadeiramente em Cristo e se ligam ao corpo de Cristo. Porquanto, todos vós sois filhos de Deus por meio da fé que tendes em Cristo Jesus, pois todos quantos em Cristo fostes batizados, de Cristo vos revestistes. (Gl 3.26-27).
Que Deus abençoe e proteja sua igreja, quanto ao ensino que forma os mágicos de hoje.
Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.
Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade. Mateus 7:21-23
Deus abençoe.
Pr, Adélcio Ferreira – IBPMG.